Glaciólogo e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Jefferson Cárdia Simões acrescenta que, além de analisar o modelo de desenvolvimento, o debate sobre mudanças climáticas não pode deixar de levar em consideração o ciclo natural do planeta. “Uma das grandes questões científicas atuais é separar o que é do quadro natural da variabilidade do clima e o que é resultante da interferência humana. Então, a pergunta é a seguinte: até que ponto a ação humana está influenciando essas mudanças em um grau além do que é esperado?”.
Ele faz uma ressalva importante sobre o tom alarmista do tema: “A ciência não é perfeita e nem pode ser apresentada como tal. O IPCC faz previsões e é arriscado tratá-las como verdades absolutas, pois se elas não ocorrerem, o público pode deixar de acreditar na ciência e deixar de acreditar que é preciso ter uma reformulação de valores, de cultura de um padrão de desenvolvimento”, complementa.
Ildo Sauer, professor titular de energia da Universidade de São Paulo e ex-diretor da Petrobras, vai além dos debates científicos. Em uma longa colaboração para a revista Retrato do Brasil de setembro de 2007 (PDF 2.011 KB - Baixar Arquivo) – uma edição com várias críticas sobre a questão do aquecimento global –, ele ressalta: “A lei do universo é a mudança. Persistem ainda dúvidas científicas razoáveis sobre a magnitude e mesmo a direção de fatores naturais e antropogênicos que afetam o clima. Então, o debate científico profundo deve continuar. Mas, mais quente ou mais fria, com intensificação ou redução do ciclo hidrológico, das correntes marítimas, da elevação do nível do mar, a questão maior continua sendo política. Como organizar a produção, como reparti-la socialmente, entre as classes sociais, dentro dos países, entre os países, e qual o papel do Estado”.
Já o chefe do Instituto de Ciências Atmosféricas da Universidade Federal de Alagoas, professor Luiz Carlos Molion, é enfático: “Não é verdade que a Terra esteja aquecendo devido às atividades humanas”. Ele diz que a queima de combustíveis causada pelas atividades industriais e de transportes não é suficiente para interferir no clima global. Além disso, defende que o planeta parou de se aquecer em 1998.
“Aquecimento e resfriamento são eventos cíclicos: há períodos em que o planeta esfria e outros em que se aquece. Portanto, com base em dados, e não em simulações e modelos de clima, que são imperfeitos, a maior probabilidade é que volte a ficar frio agora e que nesses próximos 15 ou 20 anos a temperatura global diminua cerca de 0,2 graus centígrados”, explica Molion.
Ele vai além e lembra que no fim dos anos 40, já no período pós-guerra, começou um resfriamento. “Justamente quando houve aumento da atividade industrial, época em que a globalização começou. Ou seja, essa contradição nos faz concluir que a queima de combustíveis fósseis não provoca aquecimento do planeta”.
Apesar de rebater a tese do aquecimento global antropogênico, Molion destaca a importância da mudança da relação do ser humano com a natureza. “O que estou afirmando não justifica o fato de termos uma cultura de desenvolvimento predatória. A conservação do planeta é necessária, mas não com a justificativa das mudanças climáticas”.
Em tom mais provocativo, José Carlos de Almeida Azevedo, doutor em física pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA) e ex-reitor da Universidade de Brasília, é categórico: “Há quase 20 anos o IPCC patrocina a novela do aquecimento global. Não há nenhuma prova de que o CO2 é responsável pelas mudanças climáticas, mas é certo que o Sol e a água (nuvens, vapor d'água, cristais de gelo) condicionam a temperatura e o clima na Terra. O IPCC e seus 2.500 'cientistas', porém, culpam o CO2”. CO2
Ele diz que o CO2 lançado na atmosfera pelos combustíveis fósseis é irrisório em relação a emissões de outras origens. Na respiração animal, são emitidos 60 Gt/ano (bilhões de toneladas por ano); nos oceanos, 90 Gt/ano; na queima de combustíveis fósseis, 5,5 Gt/ano; na queimada de florestas, 1,6 Gt/ano; pela vegetação (fotossíntese), 61,4 Gt/ano. Além disso, o CO2 emitido não permanece eternamente na atmosfera, mas é reabsorvido pelos oceanos em cerca de 92Gt/ano. CO2
Já o professor de Economia da USP, José Eli da Veiga, e o mestrando em desenvolvimento econômico pela UNICAMP, Petterson Vale, no artigo Baixaria sobre o Aquecimento Global, publicado na Folha de S. Paulo de 25/09/08, apresentam uma contra-argumentação mais do que razoável: independentemente ou não da concordância em torno das causas e da dimensão das mudanças climáticas, não deveria ser uma política pública global a redução da matriz fóssil em função de todos os problemas – geopolíticos, de saúde pública, etc. – gerados por esse tipo de combustível, inclusive seu potencial esgotamento nos próximos anos?
O IPCC não-governamental – As posições de Azevedo e outros críticos das mudanças climáticas bebem, em muitos momentos, da mesma fonte: o documento Nature, Not Human Activity, Rules the Climate: Summary for Policymakers of the Report of the Nongovernmental International Panel on Climate Change (Natureza, Não Atividades Humanas, Regulam o Clima: Resumo para Tomadores de Decisão do Relatório do Painel Não-Governamental sobre Mudanças Climáticas) (PDF 2.241 KB - Baixar Arquivo), editado pelo cientista S. Fred Singer, presidente do Science and Environmental Policy Project e pelo instituto The Heartland.
Ainda que o paper traga contrapontos fortemente contundentes e baseados na revisão da literatura científica publicada em periódicos com os sistemas de revisão pelos pares, é fundamental salientar que, de acordo com o relatório Smoke, Mirrors & Hot Air: How ExxonMobil Uses Big Tobacco’s Tactics to Manufacture Uncertainty on Climate Science (Fumaça, Espelhos & Ar Quente: Como a ExxonMobil Usa as Táticas das Grandes Companhias de Tabaco para Fabricar Incertezas sobre a Ciência do Clima) (PDF 1.755 KB - Baixar Arquivo), lançado pela Union of Concerned Scientists em 2007, tanto S. Fred Singer quanto o Science and Environmental Policy Project e o instituto The Heartland foram fortemente financiados pela ExxonMobil entre 1998 e 2005. O instituto The Heartland, por exemplo, recebeu no período, ainda de acordo com a publicação da Union of Concerned Scientists, a soma de US$ 561.500. O Science and Environmental Policy Project teria recebido, no mesmo período, US$ 20.000.
Feitas essas considerações, vale sublinhar que os autores desse relatório, o qual, repetimos, tem sido utilizado na exposição de contrapontos à agenda das mudanças climáticas mundo afora, se colocam como um foco de divergência ao trabalho produzido pelo IPCC.
Segundo eles, os resultados alcançados pelo IPCC seriam pré-determinados, visto que a missão do Painel das Nações Unidas seria justamente provar que as mudanças climáticas são causadas por fatores antropogênicos. Adicionalmente, lançam dúvidas em relação à independência do resultado final do trabalho do IPCC, diante do fato de que os sumários do Painel são amplamente debatidos e revisados pela diplomacia dos países membros da Organização.
A despeito de suas conexões pouco convencionais, os autores do assim chamado NIPCC não estão sozinhos nessa reflexão. Em entrevista à já mencionada edição da revista Retrato do Brasil, a atual secretária de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Suzana Kahn, que foi membro do IPCC, afirma que “a forma para chegar ao consenso [no âmbito do IPCC] é tornar as afirmações mais 'flexíveis'. Nada é dito assim: isso vai acontecer. Fala-se: é provável, é muito provável. Provável quer dizer mais de 66% de probabilidade. Muito provável é mais de 90%. Quando aparece algo que vai contra a maioria, aí se diz, ‘existe um nível baixo de evidência’.”
O físico Luiz Pinguelli Rosa, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na mesma edição da revista Retrato do Brasil, acrescenta ressalvas ao trabalho do IPCC. Segundo a revista, na visão de Pinguelli, “os relatórios do IPCC apontam sempre que a solução dos problemas está no mercado”. Para ele, “não há nenhuma maneira de isso acontecer. O mercado conduziu a essa situação e não vai resolvê-la. Vai ser a intervenção do Estado e, mais que isso, a intervenção de níveis supra-estatais, como a ONU, com tratados mundiais, que indicarão as soluções".
As principais críticas discutidas no documento gerado pelo NIPCC são as seguintes:
- São muito fracas as evidências de que as causas do aquecimento atual sejam antropogênicas.
- Complementarmente, são mais fortes as evidências de que as causas sejam naturais.
- Modelos de computador não são guias confiáveis para a compreensão das condições climáticas futuras.
- As informações sobre o aquecimento dos oceanos estão sendo incorretamente utilizadas para sugerir impactos causados por atividades antropogênicas. O papel dos gases de efeito estufa no aumento do nível dos oceanos é amplamente desconhecido.
- A compreensão do inventário atmosférico de dióxido de carbono é incompleta.
- Maiores concentrações de CO2 são mais provavelmente benéficas à vida animal e vegetal e para a saúde humana do que menores concentrações.
- Os efeitos econômicos de um aquecimento modesto são mais provavelmente positivos do que negativos.
Para sustentar o seu ponto central – a suposta ausência de evidências que garantissem a explicação de que a causa do aquecimento é sobretudo antropogênica –, os autores do relatório do auto-denominado NIPCC argumentam que:
- A evidência de que há aquecimento, não poderia ser utilizada como prova de que ele é advindo de causas antropogênicas.
- O assim chamado diagrama “hockey-stick” do aquecimento teria caído em descrédito.
- A correlação entre temperatura e níveis de dióxido de carbono seria fraca.
- Modelos de computador não estariam fornecendo evidências de que o aquecimento é antropogênico.
- Os registros globais de temperatura não seriam confiáveis.
- O aquecimento global anterior a 1940 seria derivado de causas não antropogênicas.
- O papel do sol no aquecimento não poderia mais ser negligenciado.
ALERTA: CUIDADO com os Oportunistas & Aproveitadores
ResponderExcluirÉ preciso REDOBRAR os CUIDADOS – neste momento que se noticiam Fraudes & Falsidade sobre o Aquecimento Global estão surgindo muitos aproveitadores / oportunistas. Indivíduos Não-ÉTICOS que permaneceram CALADOS e agora começam apresentar manifestações para ver se conseguem abrir Espaços Perigosos para ampliar seus LUCROS a Qualquer CUSTO.
O Aquecimento Global é um LADO da Moeda que pode ser uma Fraude & Falsidade como afirma o PESQUISADOR – existe a Outra Face da Moeda que são os ERROS da HUMANIDADE e que continuam comprometendo o Meio Ambiente & Biodiversidade do Planeta Terra que pode levar a HUMANIDADE a caminhar para a sua Própria EXTINÇÃO.
O Meio Ambiente & Biodiversidade sempre precisou e continuará precisando do ZELO da HUMANIDADE, pois o Efeito DOMINÓ que já expus na internet, em várias oportunidades, ELE sempre será DEVASTADOR.
A AMAZÔNIA pode / deve ser Melhor Ocupada – continua correndo o risco de se tornar numa Extensa SAVANA, com perda muito alto da sua Biodiversidade.
Precisamos reverter as situações das Áreas Mortas dos Mares & Oceanos – os Mares & Oceanos não podem continuar sendo o “LIXÃO” da POLUIÇÃO da HUMANIDADE.
Nota: Leia Quero minha visão de volta ( – VOCÊ pode estar precisando Excelente AJUDA apresentada pelo autor.
Um Abraço Fraterno a VOCÊ & Membro / Colaborador (ou pretendente),
MISSAO TANIZAKI
Fiscal Federal Agropecuário
Bacharel em Química
missao.tanizaki@agricultura.gov.br (Com Problemas)
missao.tanizaki@gmail.com (NOVO)
Equipe BR do AGUAPÉ
TUDO POR UM BRASIL & MUNDO MELHOR
Concordo com o comentário. Note que a mentira de Al Gore é prejudicial a todas as outras lutas ecológicas, estas sim verdadeiras, como os lixões, o desmatamento, os alimentos modificados geneticamente. Só se fala em aquecimento.
ResponderExcluirPor que? Porque as outras questões não geram o imposto e governo globais, que é o que eles querem.